terça-feira, 19 de abril de 2016

Sem Ajuda Não Há Salvação

Com a nomenclatura recém alterada, de favela para comunidade, a Muzema, sub bairro do Itanhangá, vem passando por uma série de transformações importantes. Com a recente eleição de Leandro Morais como presidente da Associação de Moradores, o desenvolvimento social na comunidade está em evolução, embora, em ritmo lento. A clínica da família está em processo de construção e tem sua inauguração prevista para Julho deste ano, prometendo ajudar bastante a saúde da população. Na Muzema, a falta de uma escola pública próxima é um grave problema. Para amenizar, existem creches públicas e privadas para inserir a criança no ambiente escolar. Atualmente, há um crescimento de micro negócios e pequenas lojas locais, o que acelera o desenvolvimento econômico da área.


Esgoto a céu aberto que mais parece um rio.
Foco de mosquito AEDES e diversos outros parasitas.
No entanto, a Muzema sofre diariamente com seríssimos problemas de infraestrutura e urbanização, que se agravam ainda mais com o descaso público. O pior deles é a falta de saneamento básico,são inúmeros valões encontrados pela extensão das ruas e esgotos a céu aberto. Além do risco iminente que oferece a saúde pública, como proliferação de bactérias e parasitas, o mau cheiro contribui para o desconforto. É um desrespeito total, sem nenhum compromisso com as normas de higienização necessárias para uma saúde plena. Como a maioria dos bueiros não possui tampa ou algum tipo de proteção, ainda há uma preocupação extra sobre possíveis quedas. A água parada que permanece acumulada é um ambiente perfeito para a proliferação  do mosquito AEDES e todas as doenças disseminadas por ele. Curioso pensar que enquanto o país trava uma batalha incessante contra o mesmo, a prefeitura do Rio de Janeiro não parece interessada em eliminar os focos.


Outro grave problema é a questão de urbanismo, onde as ruas, com exceção da principal, são todas de terra e cheias de buraco. Quando chove forte formam-se poças de lama, alagando o local e atrapalhando a vida dos moradores. A fiação também é bastante precária, em cada poste é possível ver um emaranhado de fios, que facilitam o risco de incêndios, provocados por curtos circuitos, e dos habitantes serem eletrocutados.


Emaranhados de fios no meio da comunidade, oferecendo sérios perigos aos moradores e
a rua de terra, lama e buracos.

Com muita luta da associação dos moradores, foi construída uma quadra e uma praça com a finalidade de oferecer lazer e esporte às crianças. Porém, o espaço destinado ao parquinho está coberto de mato e a Prefeitura do Rio não entregou os brinquedos que deveriam ocupá-la. Em seu centro, os poucos bancos que existem estão destruídos e o teto da proteção está caindo aos pedaços.


Por mais que os moradores insistam em cobrar e reclamar, a Comlurb faz a coleta do lixo apenas uma vez por semana. Isso é um absurdo! Essa frequência não comporta a quantidade de dejetos despejados nas caçambas e com isso, é formado um lixão em plena comunidade, oferecendo mais riscos as pessoas por todos os fatores que já citamos acima.
Pai Uzêda, Diretor de Patrimônio da Associação de Moradores mostrando o lixo acumulado há uma semana.

É fato que a região, como um todo, sofre com a falta de atenção. Tanto os riscos, quanto os problemas aos quais os moradores estão sujeitos todos os dias contribuem para uma imagem negativa da região. Porém, há uma luta incessante para modificar esse quadro. Investimentos, seriedade e uma liderança adequada são essenciais. Com os novos projetos, nasce também uma esperança de transformação do local, mas como qualquer região mal desenvolvida e mal assistida do Estado, é difícil evoluir. Porém, a comunidade da Muzema não irá desistir.
Área destinada ao parquinho.
 Sem brinquedos e completamente abandonada.



ALÔ PREFEITURA, A COMUNIDADE DA MUZEMA PRECISA DE SUA ATENÇÃO!






Matéria e fotos por Iron Ferreira

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